quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Sobre a dor

Essa dor nas entranhas. Essa queimação no meu peito. Que familiar. É a minha dor. Meu sofrimento pintado a mão. Que belo, não? Como eu odeio esse estômago que me corrói por dentro, acabando com cada borboleta que ainda existe nele. Às vezes simplesmente me sinto assim, cheia de borboletas - lê-se esperanças - mortas. Sou um computador quebrado, um arquivo corrompido. Presa nos meus pensamentos que voam por ai e me deixam vazia de mim. Estou vazia de mim. Não sei o que pensar, nem o que decidi. Sei que dói, e não é pouco. Dói, dói, dói, a cada segundo. Que amor mais patológico. Que dor. Amar dói. Chegar até o fundo da minha alma e expor para você me deixou com sequelas. Eu não sei ser só. Eu só sei me mostrar para você. Só sei viver você. Mas criei uma alusão que não existe. Você não é esse que eu achei que era. E agora tudo deu nó. Meu coração dói, miha barriga, minha cabeça. Fecho os olhos e deixo corroer. Nunca tive coragem de me cortar. Mas sei que não preciso. Meus órgãos internos fazem isso por mim, dilaceram minha mucosa, expõem o sangue perdido por ai. É isso que eu sou, um brinquedo quebrado por dentro. Que você cansou de brincar.

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