quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Sobre a dor

Essa dor nas entranhas. Essa queimação no meu peito. Que familiar. É a minha dor. Meu sofrimento pintado a mão. Que belo, não? Como eu odeio esse estômago que me corrói por dentro, acabando com cada borboleta que ainda existe nele. Às vezes simplesmente me sinto assim, cheia de borboletas - lê-se esperanças - mortas. Sou um computador quebrado, um arquivo corrompido. Presa nos meus pensamentos que voam por ai e me deixam vazia de mim. Estou vazia de mim. Não sei o que pensar, nem o que decidi. Sei que dói, e não é pouco. Dói, dói, dói, a cada segundo. Que amor mais patológico. Que dor. Amar dói. Chegar até o fundo da minha alma e expor para você me deixou com sequelas. Eu não sei ser só. Eu só sei me mostrar para você. Só sei viver você. Mas criei uma alusão que não existe. Você não é esse que eu achei que era. E agora tudo deu nó. Meu coração dói, miha barriga, minha cabeça. Fecho os olhos e deixo corroer. Nunca tive coragem de me cortar. Mas sei que não preciso. Meus órgãos internos fazem isso por mim, dilaceram minha mucosa, expõem o sangue perdido por ai. É isso que eu sou, um brinquedo quebrado por dentro. Que você cansou de brincar.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Nosso relacionamento estava tão lindo, como um quintal repleto de flores. Eu estava feliz, queria ouvir seu batimento quando a gente se abraçava só pra confirmar que era real. E agora... Por que você tinha que me magoar? Porque você tinha que mexer na minha ferida mais profunda. Me sinto enforcada, erguida do chão. Agora meu sol foi ofuscado, meu quintal se foi. Só ficou uma varanda fria e pequena. E eu queria fechar  os olhos e só enxergar o que era o ontem. Eu precisava disso. E agora tenho só uma grande cicatriz novamente perfurada. Ta doendo, doendo muito. 

sábado, 5 de outubro de 2013

Sobre as pessoas (ou sobre mim?)

Eu não sei o que eu faço com as pessoas que eu as afasto, eu me dou de todo coração e de repente as vejo ir embora. Simplesmente ir embora. Sem nunca voltar, sem uma desculpa de "quanto tempo!", simplesmente me tratam como um corpo perdido no espaço. Não olham para os meus olhos. Nunca me disseram o motivo. E eu fico aqui, com a casa aberta, coração destroçado. Só queria entender, só queria ver o porque. Para que eu possa mudar, me renovar. Ou não. Posso ser incompatível para esse mundo, mas esse mundo vive em mim. Porque eu sou a aurora, eu sou o céu nublado, eu sou a solidão da lua cheia no céu. E não desisto. 

sábado, 14 de setembro de 2013

Sobre escrever

E quando a gente não aguenta a gente escreve. Quando não tem pra quem contar que a gente conte para uma folha em branco. Uma folha em branco virgem e ingênua que passa a saber de nós e se torna sombra. Ninguém sabe, as vezes nem você. Depois de escrito você deixa voar, o pensamento se vai porque sabe que ele está salvo e você pode retornar a ele quando quiser. Retornar a sua folha, sua melhor amiga. Porque a gente se cansa de confessar algo a alguém, algo que pode ser usado contra você, porque todo mundo deixa de ser confiável um dia. Todo mundo é um bocado egoísta, mesmo que esconda. Obrigada minha folha, por me salvar desses momentos de mim.  

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Sobre as pessoas

Eu tenho defeitos? Eu tenho sim. Todos do mundo. Mas isso não dá o direito das pessoas tacarem pedras em mim porque eu nunca taquei pedra em ninguém. O ser humano é cheio de defeitos e que o mundo nos aceite! Cansei de pessoas esperarem eu virar as costas para falar de mim. E eu que sempre fui tão ingênua, um livro aberto para o mundo. E o mundo leu meu livro, o mundo riu do meu livro, o mundo tirou fotos do meu livro e postou no facebook. Chega uma hora que a gente deixa todos para trás, desiludidos pela crueldade. E eu estou assim. Acabou. A. Paciência. Só. Quero. Ficar. Sozinha. No. Meu. Canto.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Sobre o interior

Tem uma garota que dança dentro de mim, mesmo que os passos eu não saiba. Existe uma garota que dança aqui dentro, mesmo que meus passos sejam desajeitados. E a garota vibra, rodopia enquanto aqui nem um sorriso aparece. Essa menina é minha alma e quando eu a vejo dançar eu me sinto conectada a ela. Ela tem um peso leve e um sorriso sincero, sorri pra mim e diz que está tudo bem. Me seguro nessa imagem e sigo, talvez eu não seja tão dura assim.  

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Sobre o ciúmes

Você não é meu. Quantas vezes vou precisar repetir essas palavras na minha cabeça para entender? Para que comprometer meu ritmo cardíaco? Para que comprometer minhas noites, que há tantas andam mal dormidas? Não existe maior ciúme no mundo que vá mudar isso. Cada um é de cada qual. Não existe essa de ser de alguém, ninguém está lá vinte e quatro horas por dia a não ser você mesmo. Ninguém domina seus pensamentos, sua mente é seu grande abrigo. E que abrigo! Você já teria me deixado se soubesse a obsessão que guardo dentro de mim durante todos os anos. E repito, repito de novo. Você. Não. É. Meu. Entendeu agora, Marina?

Sobre o (des)abstrato

De repente você olha para trás e percebe que a conexão com sua alma está perdida. Os pensamentos, todos abstratos, ficam preto e branco perdidos em uma imagem só. A dor é tão profunda que é necessário plainar - sozinha, no ar - longe da terra. Onde os pensamentos tem sua forma própria, onde não há controle. É assim que me sinto, a mente está dentro de uma prisão de grades enferrujadas insistindo em dizer que essa é a felicidade e esse é o jeito. Eu sei que não é.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Sobre a decepção

De repente você se vê correndo diretamente para um muro. E você se encontra com ele. O mundo vira um borrão e você percebe que está girando ao contrário. Você se vê no meio de um universo que gira no sentido oposto e fica atordoado. Como parar? Como reiniciar? Como sair desse fundo de poço que me encontro? Quando você aposta todas as suas fichas e elas simplesmente ficam entaladas na máquina. Você anda de costas e se esquece como andar para frente. E é tudo que eu quero agora, andar para frente.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Sobre a saudade

Tô tão sozinha. Preciso passar um tempo a sós. Com você. Passar um dia inteiro só para me completar do jeito que sempre fez. Só para me organizar, para me mostrar quem eu sou. Porque eu esqueci. Me perdi tanto em mim que esqueci. Mas você lembra, você sempre lembra. Existem pequenos momentos, pequenas frações do universo que eu guardo em mim. Algumas frases ditas e muitos olhares. Você me recompõe. Você me inspira. Você faz questão de lembrar o que há de bom em mim. Não posso estar mais grata por isso. Mais grata por ter alguém que faça por mim o que eu não faço.

Sobre a tristeza

As vezes me pego perdida em mim. Sério, por que será que meus pensamentos se embaralham e perco minha concentração? Um turbilhão de emoções sem sentido, sem rumo e sem origem. Me pego chorando por algo que nem aconteceu. Me sinto só, tão só. Na maior parte do tempo. Finjo que está tudo bem, sorrio, dou bom dia. Mas em mim existe mais que um furacão, uma tempestade, um terremoto. Fico ensaiando o que dizer quando na verdade não consigo dizer nada. O que falar? Não faz sentido, nada faz. O jeito é arrumar o sorriso no espelho e sair por ai.

domingo, 2 de junho de 2013

Sobre decepções

De repente você se vê fazendo tudo certo, tomando as atitudes corretas, querendo o bem de tudo e todos e percebe que por mais que você se esforce as outras pessoas não fazem o mesmo. Esperar de alguém algumas atitudes que você acha correto é a maior decepção que você pode ter. Não importa o quanto você seja racional, o quanto lute pelo "ideal", as pessoas só querem seguir suas vidas no maior conforto possível. Abrir mão de conforto para o bem do outro é ser religioso, é acreditar no bem do mundo. Ir todos os dias na igreja e não fazê-lo, simplesmente querer seguir com sua individualidade, isso não é um ato religioso. Religião é atitude e não a reza. Religião é o fazer, o verbo, e não palavras repetitivas que não te levam a lugar nenhum. Estar próximo de Deus é querer o bem da pessoa que está ao seu lado, é deixar de pensar em si para pensar no outro.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Sobre o vazio

Vazio é olhar para o relógio esperando uma hora que nunca chega. Vazio é revirar a lista de contatos, é checar as atualizações, é fazer da vida do outro algo nosso. Vazio é uma saudade enorme, como uma ponte no meio da neblina. Vazio são as lembranças, os momentos que ficaram no passado e que nos construiram pouco a pouco. Sei lá, vazio é um lugar na mente gelado, onde estamos nus e sem conforto nenhum. É olhar para o amanhã e não sentir nada, para o ontem e sentir tudo. É demais, é massante, é catastrófico dentro de nós.

Odeio o vazio.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sobre ler

A morte de um livro é quando ele acaba. Quando seu universo deixa de me pertencer. Quando os personagens e eu paramos de nos sincronizar e trocar pensamentos tão íntimos. Ler é ser intimo de alguém por um determinado tempo, ler traz a nossa mente o que é da mente de outro. E ele morre como qualquer mente, mas continua vivo dentro de nós. Junto a alguns pensamentos que nos flagramos pensando, junto aquela pessoa que lembra alguém do livro. A morte do livro é imortal.  

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Sobre a insônia

É madrugada e eu não consigo dormir. Talvez seja por eu estar sempre conectada a você, porém não essa noite. Essa noite eu fui dormir sem tuas palavras, cai no sono sem poder ouvir um pouco de você. Dormi tensa e preocupada. Não quero me sentir desconectada de você, não sei mais existir sem saber que você me ama e me quer tanto quanto eu. Por isso essa noite meu sono não veio me cortejar, me deixou jogada nessa imensa poça de inexistência.  

Sobre você

Amor é se entregar. É esquecer do eu e passar a pensar como nós. Amor é saudade, amor é valer a pena. Amor é deixar de dormir, amor é brigar também. É querer talhar o destino da melhor maneira possível e juntos. Eu amo você. Eu amo você de todas as maneiras possíveis.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Sobre o amor

Amor é quando vale a pena. Quando vale a pena a espera, a saudade, o esforço. Mais que isso, amor é quando você cede algum conforto por querer estar perto ou fazer feliz. E o melhor, amor é quando você nunca pensa que está fazendo algo demais, e quando simplemente vale a pena quando a tal pena nem é considerada. Amor é passar o dia inteiro com saudade e quando se olha nos olhos do outro o corpo todo se encontra em paz.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Sobre falhar

A falha é o meu maior temor. Me perco só de pensar no momento após o erro, sobre a palavra já dita, a atitude tomada, a insegurança que se instalou. E no momento exato em que eu falho, este momento é desconcertante. O coração vira um nó, que esquece de bater e passa a encolher, encolher até ficar do tamanho da minha estima. E os olhares de decepção são o que batem, o que estapeiam, o que julgam sem medo do tamanho de um julgamento. Depois da falha, depois do erro, conviver-se com si mesmo é uma das tarefas mais pesadas da vida.